São protozoários que não se locomovem e são todos parasitas, multiplicam-se por divisão múltipa formando muitas células conhecidas por esporos.
Os esporozoários mais importantes pertencem ao gênero Plasmodium (plasmódio) que provoca no homem a malária, maleita, impaludismo, febre-intermitente etc., constituindo uma endemia na Região Norte do Brasil. A transmissão é feita pela picada do mosquito do gênero Anopheles (mosquito-prego).
Ciclo evolutivo do plasmodium
O ciclo realiza-se no mosquito que representa o seu hospedeiro definitivo e no homem que é o hospedeiro intermediário.
Ciclo no mosquito
No mosquito anofelino ocorre o ciclo sexuado, pois aí ocorre a fecundação e também a esporogonia ou esporulação com a formação das formas infectantes denominadas esporozoítos.
Ciclo do Plasmodium
Ao picar um homem com malária, o mosquito ingere o sangue com várias formas do plasmódio, mas somente as chamadas gametócitos sobrevivem no interior do inseto. Estas formas evoluem para dar origem a gametas femininos, maiores, e masculinos, menores, daí serem chamados macrogametas e microgametas. A união desses gametas ocorre no interior do estômago do mosquito, dando origem ao zigoto que atravessa a parede do estômago, formando o oocisto (esporocisto) que se multiplica intensamente (esporogonia), formando os esporozoítos que são liberados e migram paras as glândulas salivares do mosquito. Esse ciclo leva de 8 a 35 dias, dependendo da espécie de Piasrnodium e da temperatura.
Ciclo no homem
Aqui ocorre o ciclo assexuado ou esquizogônico. O mosquito ao picar o homem injeta a saliva contendo substâncias anestesiantes e anticoagulantes, inoculando também os esporozoítos.
Fase exoeritrocítica (Pré-eritrocitária): os esporozoítos caem na circulação sangüínea, atingem o fígado e penetram nos hepatócitos. No interior dessas células hepáticas multiplicam-se por esquizogonia, dando origem aos merozoítos, os quais, rompendo os hepatócitos, invadem novas células hepáticas, reiniciando o ciclo. Esta fase dura em tomo de 12 dias.
Fase eritrocítica: ocorre no interior das hemácias. Os merozoftos caem na circulação sangüínea e invadem as hemácias (eritrócitos), onde se multiplicam formando novamente os esporos (merozoftos) que, rompendo as células sanguíneas, livram-se, invadem novas hemácias e assim sucessivamente. Este ciclo ocorre de 2 em 2 dias ou de 3 em 3 dias, dando origem às febres terçã benigna a cada 48 horas, terçã maligna a cada 36 ou 48 horas e a quartã a cada 72 horas. Os acessos febris coincidem com a ruptura das hemácias.
Acesso febril: apresenta quatro estágios.
Estágio frio: com duração de 15 minutos a 2 horas. O indivíduo sente muito frio, apresenta tremores, eriçamento dos pêlos, dentes rangendo. O paciente procura cobrir-se com todas as cobertas possíveis, mas assim mesmo queixa-se de frio. Além do frio, apresenta dor de cabeça, náuseas e vômitos.
Estágio de calor: à medida que a sensação de frio diminui, o indivíduo doente passa a sentir calor, eliminando agora todos os cobertores. A temperatura pode chegar a 40°C ou 41°C, reduzindo depois de 1 a 8 horas.
Estágio de sudorese: o paciente passa a suar abundantemente molhando a roupa e o indivíduo se sente aliviado, a temperatura do corpo cai e entra em sono.
Estágio sem febre (apirexia): terminada a sudorese o indivíduo quer retornar a sua atividade, mas está enfraquecido, sem fome, irrequieto e muito irritável.
As espécies de Plasmódios
Plasnwdiuin vivax: ciclo eritrocítico de 48 horas. Causa a febre terçã benigna.
Plasmodium falciparum: ciclo irregular de 36 a 48 horas, provocando a febre terçã maligna.
Plasmodium malariae: ciclo a cada 72 horas; produz a febre quartã.
Plasmodiutn ovale: ciclo de 48 horas. Não identificado no Brasil.
A forma mais perigosa é a terçã maligna com icterícia, alterações de coagulação, insuficiência renal, encefalite e coma.
Profilaxia: eliminação dos focos do mosquito anofelino com inseticidas ou com controle biológico. O mosquito deposita os seus ovos em águas paradas e limpas. A introdução de certos peixes do gênero Gambusici (guaru-guaru), que se alimentam das larvas do mosquito, pode levar à redução da população desses insetos.
Nas áreas onde a malária é endêmica, as habitações devem ser protegidas por telas nas janelas e portas e as camas por mosquiteiros. Uso de repelentes de insetos.
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