Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

Os resíduos sólidos urbanos (RSU), constituem uma preocupação ambiental mundial especialmente em grandes centros urbanos de países subdesenvolvidos e ainda pouco se conhece sobre seus efeitos a saúde.

As diretrizes da agenda 21 indicam como estratégia para o gerenciamento adequado de RSU: reduzir o lixo, aumentar a reutilização e reciclagem de maneira correta; promover sistema de tratamento e disposição de resíduos compatíveis com a preservação ambiental; extensão do serviço de coleta e destino final desses resíduos.

O aumento na geração de resíduos é um problema crescente e atual, nem sempre a quantidade produzida é coletada, estima-se que 30% a50% dos resíduos gerados nas cidades não são recolhidos.O acesso à coleta de lixo no Brasil apresenta características de desigualdades, conforme a região e o nível social da população.A ausência de coleta porta a porta em na periferia das grandes cidades faz com que a população deposite seus resíduos domiciliares em canais, encostas e pontos de lixo clandestinos.

Durante uma pesquisa etnográfica, com famílias pré-selecionadas obtiveram os alguns resultados abaixo citados.

O lixo pode ser definido em função de sua utilidade, da disposição final e da relação do mesmo com a saúde. A maioria das pessoas parte das primícias de que lixo é tudo aquilo que não serve mais para ser utilizado e o que não pode ser reciclado.Nem tudo que é velho é lixo.

O reaproveitamento dos produtos antes de serem jogados ao lixo para serem usados como alimentação ou fonte de renda bem como relação de doação e trocas são comuns na comunidade que relatam que sem isso não haveria móveis em sua casa. Atualmente o SESI tem feito um trabalho na área de nutrição onde são preparados vários pratos que alem de econômicos utilizam cascas de legumes, e frutas e coisas consideradas descartáveis por algumas pessoas e que podem ser utilizados para preparação de alimentos ricos em nutrientes.

Segundo as entrevistadas “o lixo torna-se um problema na medida que acumulado no ambiente produz odor desagradável provoca desastres como enchentes e alagamentos, serve como foco de atração de animais e insetos e provocam doenças a população e ainda acarretam custo para o escasso orçamento doméstico”.

Esse problema pode atingir pessoas de várias faixas etárias e de ambos os sexos. As principais patologias citadas decorrente do contato com o lixo foram: verminose, infecção intestinal (diarréia), gripe, leptospirose, dengue, meningite, dor de cabeça, febre, alergia etc.

Problemas relacionados ao lixo acumulado como deslizamento de encostas alagamentos, enchentes, poluição atmosférica e degradação do solo apontam para depósitos clandestinos de lixo próximos a lagoas onde são jogados até resíduos industriais são de conhecimento da população que mesmo sabendo não tomam providência e ainda consomem produtos jogados nestes locais, sem contar o descaso das autoridades que não atentam para a relação entre tais fatores como falta de coleta de lixo e a falta de drenagem e chuva freqüentes.

Diante de tais evidências podemos chegar ao consenso de que o lixo é um problema de responsabilidade não só dos poderes públicos, mas também comunitário e individual visto que cada um é responsável por jogar seu lixo em lugar adequado e assim não fazendo geram problemas para a comunidade.Ficamos acostumados a desperdício, deveríamos produzir apenas coisas verdadeiramente necessárias e duráveis e quando não formos mais utilizá-las, reciclá-las ou encontrar outras pessoas que precisem delas.

Diante de tais estudos vem a definição de que lixo é tudo o que não serve para ser utilizado, vendido ou trocado, sendo descartado. O valor e a quantidade do lixo apresenta uma dimensão temporal. Os países desenvolvidos descartam coisas simplesmente porque não as quer mais, o processo de escolha do que é lixo ou não varia de indivíduo para indivíduo e de lugar para lugar e muda com o tempo.Alguns grupos reutilizam mais facilmente as coisas que outros.O que é lixo para uns é valorizado por outros, na maioria das vezes, a uma classe menos favorecida deixando assim transparecer a diferença social onde o supérfluo do rico é necessidade dos pobres.

Os produtos considerados lixo ocupam lugares marginais de casa, como a cozinha e a área de serviço; ou fora dela como quintal ou calçada, mas por ironia são nesses lugares que costumam ser usados por crianças para brincadeiras e jogos, o que as expõem ao contato com resíduos contaminados, fontes de agentes patogênicos.

Existe uma delimitação entre espaços públicos e privados que alem de determinar a responsabilidade sobre a coleta, implica em identificação dos locais para disposição do lixo. Vê-se ai mais um tipo de descriminação e indignação de moradores já destituídos de muitos direitos de cidadania ao notar que nos bairros de classe média e alta a coleta se faz de maneira periódica enquanto que na periferia existe uma deficiência nos serviços de limpeza pública.Os moradores das baixadas, por sua vez recebem o lixo de quem mora acima e reclama da ineficiência do serviço de coleta. Conclui-se então que há uma necessidade de identificar os problemas relacionados ao lixo. Se estão em locais de domínio público, as políticas de intervenção, devem ser de investimento de infra-estrutura e em regulação pública. Caso seja no domínio privado as intervenções devem ser principalmente para ações educativas e de mudança de hábitos, associado à melhoria que são de responsabilidade pública.

O que podemos fazer é transformar em adubo todo lixo doméstico; usar fossas sépticas para eliminação do esgoto. Não comprar produtos que possuam embalagens desnecessárias isto é não produzir lixo e reciclar na medida do possível.

Quando um número suficiente de pessoas agir dessa maneira elas terão de mudar seu comportamento.

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