A partenogênese é o termo utilizado para designar o desenvolvimento de um embrião, de qualquer ser vivo, sem a contribuição gênica paterna. São fêmeas que procriam sem precisar de machos que as fecundem. Este é um tipo de reprodução assexuada. Atualmente, a biologia evolutiva prefere utilizar o termo telitoquia, por considerá-lo menos abrangente que o termo partenogênese.
A partenogênese, ou telitoquia, é em muitos grupos de animais um estratégia de vida. Por exemplo, no caso de alguns animais como os rotíferos e os crustáceos cladóceros, em condições ambientais ideais, só existem populações de fêmeas, que se reproduzem por telitoquia, mas quando o ambiente se torna desfavorável para o desenvolvimento da população, aumento da população, pouco alimento, transformações ambientais bruscas, as fêmeas produzem ovos que darão origem a machos que se acasalarão com as fêmeas formando ovos de resistência, esses ovos podem germinar em outros locais mais favoráveis, iniciando uma nova população só de fêmeas.
Por que estes animais só resolvem se reproduzir sexuadamente quando as condições são mais adversas?
Para essa pergunta não há uma reposta, mas podemos elaborar uma hipótese mais ou menos aceitável. Devemos lembrar que a reprodução sexuada é um fator que aumenta a variabilidade genética da população, portanto a reprodução assexuada diminui essa variabilidade, em outras palavras, populações só de fêmeas são menos variáveis. Quando estes animais se reproduzem sexuadamente, eles aumentam a variabilidade das novas gerações, essa renovada carga gênica pode ajudá-los na conquista de um novo ambiente. Novamente devemos ter cuidado quando fazemos este tipo de afirmação, pois pode parecer que o objetivo é capacitar os indivíduos para a colonização do novo ambiente. O objetivo dos seres vivos é sobreviver e se reproduzirem. Em outros animais como os lagartos a telitoquia é um evento comum, existem muitas espécies descritas de lagartos só de fêmeas. Algumas dessas espécies podem ser encontradas na beira do rio Amazonas e seus afluentes. Para muitos estudiosos desse problema, a telitoquia nesses animais facilitaria a conquista de novos ambientes. É mais fácil fundar uma nova população só com uma fêmea, do que com uma fêmea e um macho. Em muitas espécies de animais com ampla distribuição geográfica, a partenogênese só acontece em determinadas condições ambientais. Existe uma espécie de pepino do mar que se distribui por toda a costa atlântica americana e que se reproduz sexualmente, ou seja, existem machos e fêmeas na mesma população, mas para baixo de uma determinada latitude, a mesma espécie descrita apresenta populações só de fêmeas. Nesse caso, como nos outros amplamente documentados na literatura, uma das principais interrogações é saber qual é o fator que induz a populações sexuadas optarem pelo tipo de estratégia reprodutiva assexuada. Um dos paradigmas evolutivos é o da variabilidade genética como estoque de possíveis adaptações; quanto mais variável uma população melhor estará capacitada para enfrentar qualquer mudança ambiental. A reprodução sexuada incrementa a variabilidade gênica.
Para muitos evolucionistas as espécies puramente partenogenéticas, ou seja, que não se reproduzem de outra forma, tem uma vida evolutiva muito curta. Esta afirmação é muito discutida, pois hoje em dia existem grupos de seres vivos que se reproduzem exclusivamente de forma assexuada, como as bactérias, e são grupos que existem desde os primórdios da vida.
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